Sociedade Portuguesa de Grupanálise e Psicoterapia de Grupo

 

"Em termos de abordagem conceptual, o que é a Grupanálise, hoje no século XXI?

Em sentido estrito…

É uma forma de psicoterapia psicanalítica/dinâmica do indivíduo no grupo e através do grupo, utilizando as múltiplas interações e relações que o setting grupal proporciona e, também, um método de investigação com bases teóricas comuns à psicanálise, mas com procedimentos operatórios diferentes que se relacionam com o novo setting – grupal – tendo por base uma teoria e técnica grupanalíticas. Conceptualização de Foulkes – modificada por E. Cortesão e muitos outros.

Em sentido lato…

A Grupanálise é um método de utilizar os grupos – pequenos, médios e grandes para a compreensão: do funcionamento individual, do impacto dos grupos sobre o indivíduo, e de cada indivíduo sobre os grupos em que se insere, estimulando a capacidade e a liberdade de pensamento e a autonomia. Tem, pois, potencialidades de estimulação da aprendizagem e de transformação pessoal. Experiencia-se a tão difícil atitude de estar em, e respeitar o grupo sem perder a individualidade. Aplica-se às Organizações, incluindo as de educação (P. Poppe, 2016)."

— Isaura Manso Neto e César Vieira Dinis (2020)

 
  • SPGPAG

  • 1981

  • Sociedade Científica sem fins lucrativos

  • Curso Teórico-Técnico em Grupanálise e Psicoterapia Analítica de Grupo; Seminário Teórico Clínico Eduardo Luís Cortesão (mensalmente); Congresso Nacional (anualmente); Encontros Luso-Brasileiros (de 2 em 2 anos); Encontros Internacionais com European Federation of Psychoanalytic Psychoteraphies ou com a Group Analytic Society International

  • Em sentido estrito, a Grupanálise é uma forma de psicoterapia psicanalítica/dinâmica do Indivíduo no Grupo e através do Grupo, utilizando as múltiplas interacções e relações que o enquadramento grupal proporciona e, também, um método de investigação com bases teóricas comuns à Psicanálise, mas com procedimentos operatórios diferentes que se relacionam com o novo enquadramento – grupal – tendo por base uma teoria e técnica Grupanalítica. Trata-se da Conceptualização de S.H. Foulkes – modificada por E.L. Cortesão e muitos outros autores grupanalíticos.

    Em sentido lato, a Grupanálise é um método de utilizar os grupos – pequenos, médios e grandes para a compreensão: do funcionamento individual, do impacto dos grupos sobre o indivíduo, e de cada indivíduo sobre os grupos em que se insere, estimulando a capacidade e a liberdade de pensamento e a autonomia. Tem, pois, potencialidades de estimulação da aprendizagem e de transformação pessoal. Experiencia-se a tão difícil atitude de estar em, e respeitar o grupo sem perder a individualidade. Aplica-se às Organizações, incluindo as de educação

    Na Escola Portuguesa de Grupanálise, a principal diferença entre a grupanálise e a psicoterapia analítica de grupo reside, em síntese, na profundidade de análise de cada membro do grupo, o que implica que o processo decorra com maior frequência na Grupanálise, considerando a nossa Escola, um mínimo de duas sessões semanais. A Grupanálise é equiparada à Psicanálise nos objectivos, embora com diferenças decorrentes dos enquadramentos individual e de grupo.

    É uma forma de psicoterapia psicanalítica/dinâmica do Indivíduo no Grupo e através do Grupo, utilizando as múltiplas interacções e relações que o enquadramento grupal proporciona e, também, um método de investigação com bases teóricas comuns à Psicanálise, mas com procedimentos operatórios diferentes que se relacionam com o novo enquadramento – grupal – tendo por base uma teoria e técnica Grupanalítica.

    E.L. Cortesão desenvolveu conceitos grupanalítico específicos que levaram a que internacionalmente no movimento grupanalítico, as contribuições portuguesas grupanalíticas fossem designadas como Escola Portuguesa de Grupanálise, pelo seu teor marcadamente psicanalítico. Destes conceitos designam-se: matriz, padrão, processo grupanalítico, níveis de experiencia, de comunicação e de interpretação, transferência, neurose de transferência, transferência hostil e contratransferência, perlaboração/working-through, investigação e terapêutica de perturbações mentais e psicossomáticas agudas e cronicas com forte influência psicanalítica – Acção Terapêutica Diferenciada.

    Os grupanalistas portugueses têm desenvolvido os vários aspectos da Grupanálise em continuidade com Cortesão, mas procurando sempre integrar os novos aportes da Psicanálise e de outros grupanalistas/terapeutas de grupo de correntes teóricas e culturas diferentes, estando atentos à evolução da ciência, mesmo noutras áreas.

    A Grupanálise em Portugal é praticada em grupos até um máximo de 8 membros com uma frequência de duas a três sessões semanais. A integração dos membros no grupo é precedida por um tempo variável de Psicoterapia Psicanalítica dual/individual. A Psicoterapia Analítica de Grupo tem uma frequência mais reduzida que a Grupanálise, sendo frequentemente usada em contextos institucionais.

    • Perfil de Clientes/Pacientes:
      A Grupanálise e Psicoterapia Analítica de Grupo é uma intervenção realizada em crianças, adolescentes e adultos.

      É também utilizada em abordagens a casais, famílias e grupos multifamiliares.

    • Tipo de Intervenção:
      A intervenção Grupanalítica é uma intervenção Grupal, ou seja, é uma forma de psicoterapia psicanalítica/dinâmica do indivíduo no grupo e através do grupo, utilizando as múltiplas interacções e relações que o enquadramento grupal proporciona. Previamente à entrada num grupo de Grupanálise ou de Psicoterapia Analítica de Grupo é realizada uma Psicanalítica Dual com uma duração variável. A Grupanálise é equiparada à Psicanálise nos objectivos, embora com diferenças decorrentes dos enquadramentos individual e de grupo.

      Para além da intervenção estrita Grupanalítica, são realizadas ainda diversas aplicações inspiradas pelo Modelo Grupanalítico, designado como espectro grupanalítico:

      - Grupanálise;
      - Psicoterapia Grupanalítica: ambulatório institucional e privado; em internamento completo e parcial
      - Grupanálise Multifamiliar
      - Grupos Terapêuticos baseados na Mentalização
      - Grupos na Internet
      - Coaching Grupanalítico
      - Grupos experienciais/de demonstração/T-groups
      - Grupos de trabalho/operativos/centrados na tarefa/grupos Balint/equipas

    • Designação da formação ministrada em Psicoterapia: A formação da SPGPAG pressupõe um processo de análise pessoal em Grupanálise, um curso teórico-técnico em Grupanálise e Psicoterapia Analítica de Grupo bem como uma prática grupanalítica supervisionada

    • Regime: Atualmente pratica-se as três modalidades: presencial, online e misto

    • Nº horas: mais de 792 horas

    • Nº horas de Supervisão: mais de 180 horas

    • Pré-requisitos de candidatura á formação em Psicoterapia:
      O curso teórico-técnico destina-se exclusivamente a membros candidatos em treino. Os interessados devem possuir como curriculum base/cursos: medicina, psicologia, terapia ocupacional, enfermagem, serviço social, sociologia, antropologia ou outros cursos superiores, desde com comprovada atividade profissional na área de intervenção psicológica em saúde mental. Estar num grupo de Grupanálise há pelo menos um ano, conduzido por um membro didata e sujeitar-se a três entrevistas com membros titulares didatas e parecer final da Direção da SPGPAG.

    • Formação reconhecida ou certificada por alguma entidade nacional ou internacional? Qual?
      Ordem dos Psicólogos, Ordem dos Enfermeiros e pela DGERT-Direção Geral de Emprego e Relações de Trabalho.

    • Habilitação conferida ao formando/a após a conclusão desta formação:
      Com a formação ministrada pela SPGPAG, o formando fica habilitado a conduzir grupos de Grupanálise, grupos de Psicoterapia de base analítica e Psicoterapias Psicanalítica em contexto dual.

    • Origem
      A Grupanálise foi introduzida em Portugal por Eduardo Luís Cortesão (1919-1991). Eduardo Luís Cortesão era Médico Psiquiatra, Psicanalista, Grupanalista e Professor Catedrático de Psiquiatria e Saúde Mental da Faculdade de Medicina da Universidade Nova de Lisboa

      E.L. Cortesão introduziu o Movimento Grupanalítico em Portugal em 1956, através da constituição da Secção de Grupanálise da Sociedade Portuguesa de Neurologia e Psiquiatria. Desde o início, ele introduziu uma forte conceptualização psicanalítica na Grupanálise, mais explicitamente que o fundador S.H. Foulkes, em Inglaterra. O próprio termo Grupanálise foi uma forma que E.L. Cortesão usou para equiparar a Grupanálise à Psicanálise, com métodos equivalentes de terapêutica e investigação do funcionamento mental.

      O desenvolvimento do seu trabalho de introdução da Grupanálise levou a que em 1981 fosse formalmente registada a Sociedade Portuguesa de Grupanálise. Mais tarde, em 2012, ela passou a designar-se Sociedade Portuguesa de Grupanálise e Psicoterapia Analítica de Grupo (SPGPAG).

      A SPGPAG tem contribuído decisivamente para a implementação da introdução da psicoterapia analítica em geral e de grupo no programa terapêutico de serviços de psiquiatria e psicologia em hospitais portugueses, nomeadamente, nos Hospitais de Santa Maria, São Francisco Xavier e Amadora-Sintra, Hospital Militar Principal e Hospital das Forças Armadas, em Centros de Atendimento de Toxicodependentes e Instituições prisionais, colaborando também na formação académica em Universidades, nomeadamente nas Faculdades de Medicina e Psicologia, e na formação geral pré e pós graduada de técnicos de saúde (psiquiatras, pedopsiquiatras, neurologistas, clínicos gerais, psicólogos, estudantes de medicina e psicologia, enfermeiros, assistentes sociais e terapeutas ocupacionais).

    • Inspirado em:
      S.H.Foulkes, médico psiquiatra e psicanalista de origem alemã, desenvolveu no seu exílio em Inglaterra, as bases teórico-técnicas da Grupanálise – Group Analysis/Group-Analysis – transformando-a num método terapêutico e de investigação ligado aos pequenos grupos, chamando-se-lhe também psicoterapia grupanalítica/psicoterapia analítica de grupo. S.H. Foulkes começou a trabalhar com grupos, no Hospital Militar de Northfield, nos anos 40, durante a Segunda Guerra Mundial, tendo progressivamente alargado a conceptualização de Grupanálise, sempre com enfoque de base psicanalítica. A Grupanálise de Foulkes incorporou a teoria Clássica Freudiana e as contribuições da Gestalt e da Sociologia, aplicadas à situação de pequenos grupos, que culminaram com a fundação da Sociedade de Grupanálise de Londres (GAS – London) na década de 50 do séc.. XX.

  • European Federation of Psychoanalytic Psychotherapies (EFPP);

    European Network for Training Institutes (EGATIN),

    Group Analytic Society International (GASI).

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